Farsul

Governadora prestigia aniversário da Farsul

Governadora prestigia aniversário da Farsul


Os 83 anos da Federação de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul foram comemorados com uma reunião de trabalho que contou com a presença da governadora Yeda Crusius e oito secretários de Estado. Acompanharam a governadora os secretários do Meio Ambiente, Giancarlo Tusi Pinto; da Irrigação, Rogério Porto; da Agricultura, Gilmar Tietböhl; Infra-estrutura, Daniel Andrade; Planejamento, Alfredo Parode;Fazenda, Ricardo Englert;Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, Josué Barbosa; e Geral de Governo, Ana Pellini. Também estavam presentes a presidente da Emater, Agueda Mezzomo; o diretor do BRDE, Mário Bernd; e os deputados estaduais Frederico Antunes e Berfran Rosado. Participaram do encontro dirigentes de 75 Sindicatos Rurais. O presidente do Sistema Farsul começou o encontro dizendo que a governadora é "pé quente, porque em seu governo está registrando sucessivas superações de safra". Acrescentou que apesar disso, mesmo com armazéns cheios, os produtores enfrentam problemas de preço e dificuldades para acertar dívidas com os bancos. "E não é choro, é realidade", enfatizou Sperotto. O coordenador da Comissão de Crédito Rural da Farsul, Elmar Konrad, apresentou tabelas com dados das safras de soja, milho e trigo, mostrando que a produção foi boa, mas os custos elevados e os preços estão baixos, provocando intranqüilidade para os produtores. "Hoje, milho e trigo estão operando no vermelho, com preços de mercado abaixo do custo de produção. Apenas soja está equilibrada. A falta de seguro e Proagro adequado também ajuda a piorar o quadro", destacou Konrad. O presidente Carlos Sperotto pediu apoio da governadora para os pleitos encaminhados pela Farsul ao governo federal e assinatura no Plano Nacional do Combate às invasões de terra. A governadora e os secretários presentes subscreveram imediatamente o abaixo assinado que deve contar com 100 mil assinaturas no RS. Outros pedidos foram encaminhados pela Farsul: - Nivelamento do ICMS do feijão com outros estados. Atualmente, no RS o percentual é de 7% e nos demais estados fica entre 2 e 3%; - Aumento do crédito presumido no arroz de 3 para 5%, através da equalização da alíquota do ICMS em 7%. A medida estimulará a pequena e média indústria no beneficiamento, reduzirá a sonegação e as assimetrias geradas pelas importações do Mercosul, incrementará o nível de emprego, renda e tributos, entre outros benefícios. - Tratamento igualitário aos Estados de SC e PR no leite, com crédito presumido principalmente com os mercados do RJ e SP. O RS exporta 60% da produção; - Conclusão do processo de informatização das Inspetorias Veterinárias; - Solução dos entraves para estabelecimento de convênio com o Ministério da Agricultura no valor de R$ 11 milhões para defesa sanitáriaanimal. A contrapartida do Estado é de R$ 3 milhões. O processo está no Supremo Tribunal Federal aguardando decisão da Ministra Ellen Gracie Northfleet ao pedido de liminar encaminhado pelo governo do Estado.O prazo para decisão termina em 2/6 devido à legislação eleitoral; - Diferimento parcial de ICMS da carne bovina; - Recuperação da RS 122, no trecho de Vacaria a Antônio Prado, passando por Ipê; e no asfalto da estrada que liga Soledade a Espumoso; - Agilidade na realização do Cadastro Ambiental pela Secretaria Estadual do Meio ambiente. A exemplo da Fetag, a Farsul vai se habilitar a fazer o cadastro; - Retirada do PL 154 que está na Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa; - Mudanças no licenciamento ambiental para confinamento bovino. Atualmente, o custo do licenciamento para confinamentos de alto impacto ambiental, com mais de 600 bovinos, chega a R$ 188 mil, contra R$ 22 mil em Santa Catarina; - Apoio na continuidade da exportação de gado vivo; - Solução para as dificuldades no licenciamento ambiental da lavoura de arroz na região de Agudo, onde cresceu o uso de pivôs de irrigação; -Correção nos valores das áreas desapropriadas para construção das barragens de Jaguari e Taquarembó. A governadora Yeda Crusius parabenizou a Farsul pelos 83 anos e reafirmou total confiança no setor. Afirmou que todos os movimentos que a Farsul faz no país tem apoio do atual governo do Estado.Em relação ao PL 154, a governadora disse que o decreto estadual tranqüilizou a produção gaúcha, mas classificou a questão ambiental como uma área crítica, que exige sempre posições firmes e anunciou que está assinando convênio com o Banco Mundial para repasse de US$5 milhões para fazer o levantamento das propriedades localizadas no Bioma Pampa, que será o mapa de desenvolvimento sustentável do RS. Prometeu também encaminhar as pendências do licenciamento ambiental. O secretário da Fazenda, Ricardo Englert, respondeu que os pedidos de diferimento estão em análise tanto para feijão e arroz, como para leite e carne. O secretário da Agricultura, Gilmar Tietböhl, informou que 234 Inspetorias Veterinárias estão informatizadas, do total de 248, e prometeu que até o final do atual governo o processo estará concluído. A secretária Geral de Governo, Ana Pellini, sugeriu criação de um grupo de trabalho específico para tratar do licenciamento ambiental dos projetos de bovinocultura. O secretário do Meio ambiente, Giancarlo Tusi Pinto, informou que aditivo firmado com a Procergs quadruplicou a capacidade da Sema em relação ao cadastro ambiental e que o governo está acompanhando o andamento do PL 154 na Assembléia Legislativa, uma vez que há propostas de mudanças relacionadas ao Código Nacional Florestal e Reserva Legal. Giancarlo garantiu que o decreto do RS está adaptado à qualquer mudança em nível federal e anunciou realização de concurso público para o Departamento de Recursos Hídricos da Sema. O secretário da Irrigação, Rogério Porto, disse que as indenizações das áreas desapropriadas para construção das barragens de Jaguari e Taquarembó estão sendo pagas de acordo com avaliação de mercado e algumas sujeitas à avaliação judicial, valendo o maior valor, uma vez que o governo do estado não tem competência para estabelecer valores. 83 anos da Farsul A Farsul foi fundada durante do I Congresso de Criadores do RS, em 24 de maio de 1927, no Theatro São Pedro, com presença do Presidente do Estado, Antônio Borges de Medeiros, e de delegados de 27 associações rurais. Os estatutos foram aprovados em 26 de maio com a constituição da primeira diretoria presidida por Ricardo Machado. As primeiras questões levantadas foram expurgo de marcas e sinais, repressão ao contrabando de gado e charque e implantação de institutos de crédito rural. Em 1929, o presidente Getúlio Vargas, através de decreto lei, declarou a Farsul entidade de utilidade pública por representar a classe rural, um dos fatores preponderantes da vida econômica do Estado.