Uma série de fatores acabou por pressionar o Índice de Insumos para Produção de Leite Cru do Rio Grande do Sul (ILC) em outubro, que registrou retração de 0,36%. No acumulado do ano, o indicador também demonstra uma leve deflação de 0,08%. Em 12 meses, o resultado é de alta de 2,54%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (6/12) pela Assessoria Econômica da Farsul.
Uma das influências no indicador em outubro foi uma leve queda no preço do milho com a intensificação da colheita da safra de verão nos EUA e o aumento de oferta. A soja também segue com preço em declínio em razão das projeções do USDA de safra recorde no Brasil que pressionam a cotação do produto. Na cesta de insumos, os combustíveis caíram fortemente (-4,5%), seguido de fertilizantes (-1%). Esse movimento, unido a retração do preço dos grãos, está entre os principais fatores para o resultado do mês. A queda só não foi maior porque uma série de insumos como sal mineral, energia elétrica e ureia tiveram alta nos preços pelo terceiro mês consecutivo.
O ILC apresenta um comportamento alinhado com o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP), também medido pela Assessoria Econômica da Farsul, que teve deflação no acumulado do ano (-5,18%). Já no acumulado em 12 meses, a diferença entre o Índice de Insumos para Produção de Leite Cru manteve a diferença em relação ao IPCA.
No relatório mensal, a equipe econômica da Farsul avalia que, "com uma taxa Selic elevada, temos uma perspectiva interessante de inflação baixa, ou até mesmo deflação, no final do ano para a cesta de insumos do leite. Entretanto, devemos fazer uma ressalva importante. Os movimentos de alta em alguns insumos persistem nesse último trimestre e as retrações do indicador são cada vez menores. Então, é importante o produtor se antecipar para um aumento do preço dos insumos para o início do ano que vem, uma vez que, as desonerações de combustíveis e eletricidade duram só até dezembro de 2022", alerta o documento.

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