Farsul

O mate tem espaço próprio na Expointer

Estande oferece apoio para o consumo perfeito da mais popular bebida gaúcha


- Emerson Foguinho / Divulgação Sistema Farsul

Um estande na Praça Central do Parque de Exposições Assis Brasil oferece apoio a um hábito imprescindível a todos que comparecem à Expointer. Trata-se do Consultório do Mate, uma iniciativa do Sistema Farsul que garante água quente na temperatura certa (80ºC), erva mate e até, em momentos de menor demanda, dicas de um especialista sobre o preparo e o consumo da bebida mais popular do sul do Brasil. O espaço foi instalado há mais de uma década, e hoje se revela concorridíssimo antes mesmo que os portões da feira sejam abertos ao público.

"A Farsul está sempre preocupada em prestar serviços ao produtor rural. No caso do Consultório do Mate, atendemos também o pessoal urbano. É um local que integra o campo e a cidade", diz o diretor administrativo da Farsul, Francisco Schardong. A ação tem a parceria da Ervateira Invernada, de Arvorezinha, no Vale do Taquari. O estande atende tanto o público interno da 45ª Expointer quanto externo. "Qualquer um que tiver uma cuia na mão pode chegar e será atendido", garante Schardong.

O encarregado do Consultório do Mate, Homero Moura Gomes, 73, "o homem do mate", faz questão da precisão vocabular ao se referir à bebida. Há quem lhe peça um chimarrão - ou, como fazem os mais desavisados, um "chimas". Gomes, no entanto, insiste que se trata de um "mate". Ele aponta a etimologia de "chimarrão", oriundo do castelhano rio-platense "cimarrón", para sustentar a defesa da palavra "mate". "Chimarrão é qualquer bebida preparada sem açúcar, ou gado domesticado que voltou à vida selvagem ou cão selvagem", diz. Independentemente da preferência vernacular de Gomes, o uso das palavras mate ou chimarrão é, de fato, tema de debates. Em geral, considera-se que mate, mais utilizado na Argentina e Uruguai, é a bebida servida em cuia pequena, de formato arredondado, enquanto chimarrão é consumido em cuia grande, de formato diverso. O mate é, portanto, individual, e o chimarrão, coletivo - daí a característica roda de chimarrão.

Músico percursionista, aposentado, natural de Cruz Alta - "terra de Erico Verissimo", como gosta de salientar - Gomes abre o consultório às 6h. "E aí começa a fila", formada por colaboradores na realização da Expointer. Em momentos de menor procura, é possível que Gomes ofereça a infusão preparada com um dos 38 estilos decorativos que conhece para montagem do mate: invertido, roseta, estrela, ventania, formigueiro, pachola e ponte do rio que cai são alguns dos nomes destes estilos. Às 20h, ao fechar as portas do estande, Gomes contabiliza diariamente o consumo de dez ou 12 quilos de erva e de até 120 litros de água mineral.