Farsul

Pecuária de corte, produção de arroz e pesquisa na agenda dos gaúchos no Uruguai

Pecuária de corte, produção de arroz e pesquisa na agenda dos gaúchos no Uruguai


Nesta quarta-feira a comitiva gaúcha, em visita ao Uruguai, esteve no Centro de Pesquisa La Estanzuela, do Instituto Nacional de Investigação Agropecuária (INIA), localizado em Colônia do Sacramento, no litoral sul do país. O centro que possui 94 anos e uma área de 1.300 hectares é mantido com recursos dos produtores, governo e outros fundos. O gerente da instituição, Enrique Fernández, explicou que o trabalho é orientado pela demanda do mercado, competitividade e sustentabilidade. Segundo ele, nos últimos anos, a agricultura vem crescendo no Uruguai devido à maior rentabilidade em relação à pecuária. "Isso exige uma grande carga animal por hectare para elevar a rentabilidade na pecuária, que está sendo empurrada para campos de qualidade inferior. A complementação com grãos também se faz necessária, para um ganho de peso mais eficaz", ressaltou Enrique. Durante a visita, foi divulgada a informação de que em 2010 o Uruguai adotará rastreabilidade obrigatória para o rebanho ovino. Atualmente a rastreabilidade é exigida para bovinos de corte e leite. O processo é pago pelo governo. Comitiva também verificou peculiaridades da atividade em estância uruguaia A visita a Estância La Gloria, no departamento Treinta y Tres, nessa terça-feira (16/09), apresentou à comitiva as atividades de pecuária intensiva e produção de arroz. Os 2807 hectares da La Gloria dividem-se para criação de bovinos Hereford e Angus e a produção de arroz. O sorgo foi introduzido recentemente para ser utilizado na alimentação animal. O proprietário da estância, Dorval Ribeiro, afirma que a prática do confinamento foi adotada para atender o mercado com regularidade e ganho de peso uniforme. De acordo com Dorval, os terneiros são mantidos em pastagens semeadas nas restevas de arroz e sorgo nos meses de março e abril, e entre maio e julho recebem suplemento. Ele ressalta que em um ano os animais ganham entre 180 e 200 kg. Após, o gado vai para confinamento onde adquire mais 400 kg para ser abatido com idade entre 20 a 30 meses, com a carcaça pesando em média 260 kg. Anualmente são vendidas 2.200 cabeças em conjunto com a Associação Uruguaia de Confinadores. Dorval também falou sobre a sanidade na La Gloria. Segundo ele a vacinação contra a febre aftosa é feita no mês de fevereiro em todos os animais, e em maio é realizada a revacina do gado com menos de dois anos. Em novembro são imunizados os terneiros nascidos no outono. O Uruguai possui status de zona livre de aftosa com vacinação. O processo é subsidiado pelo governo. A La Gloria cultiva arroz em 750 hectares e a produção é exportada, preferencialmente, para o Brasil. Na safra 2007/2008 foram colhidos 9.500 kg do cereal por hectare. O proprietário diz que os custos de produção não diferem muito do Brasil, uma vez que o valor dos fertilizantes é equivalente, mas lembra que neste ano o insumo está mais barato no Brasil. Ele apontou o óleo diesel como o vilão dos custos. Já o preço das máquinas, se comparado com o Brasil, é mais baixo. Para a próxima safra, Dorval estima aumento de US$ 500,00 por hectare no custo de produção do arroz. Para o coordenador da Comissão de Bovinocultura de Corte da Farsul, Carlos Simm, o Uruguai tem um tratamento diferenciado para agropecuária devido à importância do setor para economia do país. "A visita tem mostrado que há um foco claro para produção, geração de tecnologia, relação de custo e gestão da propriedade", conclui Simm. Nesta quinta e sexta-feira, a comitiva estará na ExpoPrado, em Montevidéu.