Farsul

Sistema Farsul fomenta ecossistema de inovação na Expointer

O objetivo é aproximar produtores e startups na busca por soluções


- (Joel Vargas / Agência Preview)

Em meio a animais premiados, produtores rurais e visitantes curiosos, um novo ecossistema está se formando na Expointer: um ecossistema de inovação no meio rural. Desde o início do ano, o Sistema Farsul vem elaborando um mapeamento das necessidades dos produtores rurais de todo o Rio Grande do Sul e das startups que se propõem a criar soluções com o intuito de tornarem as propriedades rurais mais produtivas e economicamente eficientes. A iniciativa, que também engloba investidores, pesquisadores e mentores, faz parte do projeto AgroUp, que o Senar está realizando em cinco estados brasileiros (Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Rondônia e Minas Gerais). Representantes do Sistema já fizeram visitas aos principais polos de tecnologia do Estado e estão ajudando a facilitar o diálogo com o produtor.


Na Expointer, os dois públicos se encontram. De acordo com o chefe da Divisão de Estudos Avançados e Inovação do Senar-RS, Antônio da Luz, a feira fornecerá a possibilidade de avançar no mapeamento, em fase de elaboração, já que concentra visitantes de todos os cantos do Estado. "Estamos vendo um potencial empreendedor imenso. Muitas startups estão surgindo na áreas da indústria, da logística e de mercado. Queremos ver esse mesmo movimento no meio rural. Para isso, pretendemos apresentar de forma detalhada o panorama do campo e o potencial para as soluções que os produtores buscam, levando em conta as particularidades regionais", afirma da Luz.


As startups presentes na Expointer, no espaço do Juntos para Competir, demonstram a diferença que faz essa aproximação. Muitos dos empreendedores que estão expondo suas soluções não têm origem no campo, mas viram no meio rural um potencial ainda pouco explorado. Além de entender as particularidades da atividade agropecuária, precisam descobrir como se comunicar com o produtor. É o caso da Arpac, empresa que desenvolve drones para pulverização. O equipamento tem vazão reduzida em relação a outros equipamentos e utiliza dados previamente coletados para calcular a aplicação:
"Nosso desafio, muitas vezes, é explicar ao produtor quais as funções o nosso produto realiza. As pessoas ainda chegam com expectativas irreais quando se fala em drones, então tem toda essa questão de comunicar a tecnologia", afirma Lucca Moraes, projetista mecânico da Arpac.


A startup Eirene também está na Expointer com uma solução para pulverização. A tecnologia permite reconhecer quando o pulverizador está passando sobre uma área verde e só ejeta o defensivo sobre a planta, evitando desperdício e deriva. Para o CEO, Eduardo Marckmann, foi um longo caminho que, como muitas outras startups, começou longe do campo, com o desenvolvimento de produtos para a área médica:
"Em 2013, decidimos focar nos produtos para a agricultura. Foi preciso participar de feiras, e conversar com produtores até entendermos onde estava o problema a ser solucionado. Então, essa iniciativa da Farsul de aproximar empresas de produtores é bem relevante. Descobrimos que um dos principais custos do produtor é o defensivo agrícola. E onde há custo alto é que está a oportunidade de inovação", afirma Marckmann.