Farsul promove reunião para debater impactos da seca

Encontro contou com a participação do Governador do Estado e parlamentares estaduais e federais

24/02/2022 17:47
Farsul promove reunião para debater impactos da seca /Gerson Raugust / Divulgação Sistema Farsul

Os reflexos da seca na economia do estado e as medidas necessárias para mitigar esses impactos foram discutidos na tarde desta quinta-feira (24/2) na sede da Farsul. O encontro, que teve formato híbrido, contou com a participação do Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, parlamentares federais e estaduais, prefeitos, presidentes de sindicatos rurais e representantes de entidades representativas do setor. O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, abriu o encontro lamentando o atual cenário após uma safra anterior exitosa. ?Ano passado alcançamos o posto de segundo estado produtor de alimentos, neste devemos cair para quarto?, avaliou. ?Temos que negociar para reduzir as perdas e ainda teremos um Plano Safra reduzido. Além disso, os custos aumentaram 50% e agora a Rússia invade a Ucrânia podendo impactar nos preços dos fertilizantes?, completou. Gedeão considera que a safra de inverno possa ser favorecida pelas previsões de uma manutenção do fenômeno climático La Niña até o final do ano. Além disso, o surgimento de um conflito no Leste Europeu pode impactar no preço do trigo. ?Porém, temos que encontrar um caminho para que o agricultor se mantenha viável?, disse. O economista-Chefe do Farsul, Antônio da Luz, apresentou um levantamento feito pela Federação sobre o impacto da estiagem na economia gaúcha. ?Este choque vai reverberando em toda economia. Dos 67 anos setores que a formam, 63 são afetados diretamente. A perda equivale a 4,31 vezes a capacidade de armazenamento da Fecoagro. No total, serão R$ 115,7 bi a menos, uma queda de 8% do PIB sendo?, explicou. A CNA vem trabalhando na busca por soluções para os estados afetados pela seca ou pelo excesso de chuvas, conforme explicou o diretor Técnico da Confederação, Bruno Lucchi. A estimativa da Confederação é que sejam necessários entre R$ 2,9 bi e R$ 3 bi para o Plano Safra. O desafio está em conseguir esses recursos. Conforme Lucchi, são duas ações pincipais trabalhadas pela CNA atualmente. A primeira é a sensibilização do relator-geral do Orçamento 2022, deputado Hugo Leal, e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira para a recomposição do orçamento do crédito rural. A outra é uma Medida Provisória para crédito suplementar que não fure o teto de gastos. O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Bastos Filho, comentou que o trabalho atual está em conseguir realocar valores de outros ministérios para garantir recursos que cubram as renegociações e viabilizam o crédito para a próxima safra. O Governador Eduardo Leite lamentou a situação. Ele reconheceu os esforços feitos pelo Mapa junto ao Ministério da Economia para reduzir as perdas dos produtores. ?Isso que a gente quer, a sobrevivência para a próxima safra?, garantiu. Leite, tocou em um ponto que vem sendo fortemente trabalhado pela Farsul que é a reservação de água nas propriedades por meios de um plano estruturado. ?Ninguém quer crescer à custa da degradação ambiental. Mas não pode acontecer a negativa de reservação de água para a produção de alimentos?, destacou.