Farsul

Fórum discute importância da irrigação, biotecnologia e agricultura de precisão

Fórum discute importância da irrigação, biotecnologia e agricultura de precisão




O aumento da produtividade por meio do uso da irrigação mecânica, combinada com a agricultura de precisão e a biotecnologia foi o tema da 34ª etapa do Fórum Permanente do Agronegócio, que ocorreu nessa segunda e terça-feira (30 e 31/05), no auditório da Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Cento e oitenta produtores de várias regiões do estado participaram do evento. O presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, durante a abertura oficial do evento, ressaltou a importância das discussões sobre o tema e justificou a ausência da senadora Ana Amélia Lemos, que palestraria sobre as perspectiva do agronegócio no Brasil. O motivo foi aprovação da medida provisória 519, na tarde dessa terça-feira, que autoriza o governo a doar estoques públicos de alimentos para assistência humanitária internacional a países atingidos por desastres e problemas sociais. Serão doadas 500 mil toneladas de arroz. ?A senadora, no cumprimento das suas funções, priorizou esta pauta. O arroz, com mais de 20% de rendimento na atual safra, encontra-se em uma situação em que precisamos dar o máximo na busca de soluções?, enfatizou Sperotto. Assim como a questão do arroz, outro assunto polêmico, o Código Florestal, também foi debatido no primeiro dia. O vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, sintetizou os aspectos do novo código aos presentes. Percebendo a preocupação dos produtores com a questão do código, o presidente da Farsul propôs a realização de mais uma etapa do fórum para discutir com a sociedade este tema. O coordenador da Comissão de Irrigantes da Farsul, João Augusto Telles, apresentou dados nacionais e estaduais sobre a prática de agricultura irrigada e como eles influenciaram um grupo de produtores (atuais integrantes do clube) a buscar o incremento da produtividade com o uso da tecnologia. O desafio proposto no projeto piloto era colher 250 sacas por hectare de milho e foram colhidas 270 sacas. Para este ano, a meta é colher 300 sacas. O segundo dia de evento contou com palestras técnicas sobre biotecnologia, agricultura de precisão e tecnologia da irrigação por aspersão. De acordo com o diretor de assuntos corporativos da Monsanto no Brasil, Rodrigo Almeida, que falou sobre Agricultura e sustentabilidade, nos últimos anos houve um amento considerável na produção de grãos mesmo com redução na área plantada. O professor da Universidade Federal de Santa Maria, Telmo Jorge Amado, disse que água é o fator limitante para o aumento da produtividade, ?até porque o uso adequado da irrigação melhora o aproveitamento dos nutrientes?. O Secretário de Irrigação do Ministério da Integração Nacional, Ramon Rodrigues, disse que a proposta do atual governo é identificar as necessidades dos produtores irrigantes. ?No Brasil, o produtor que irriga utiliza recursos próprios porque não há política pública e ele precisa de facilidades no processo, como na obtenção de autorizações para licenciamento e transporte. ?O Brasil precisa irrigar para garantir a produção de alimentos?, encerrou Ramon. O Secretário Estadual de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano, Luiz Carlos Busato, disse que o fórum serviu para esclarecer que a irrigação é a salvação da lavoura na metade sul. De acordo com o secretário, está sendo feita a lista das prioridades dentro das 24 barragens que precisam ser construídas, cujos projetos já foram apresentados ao Ministério da Integração Nacional. ?O governo quer montar um programa permanente de irrigação no RS porque a seca se repete anualmente?, ressaltou Busatto. Atualmente, o RS tem 2 obras no PAC 1: as barragens do arroio Jaguari (Lavras do Sul e São Gabriel) e Taquarembó (Dom Pedrito e Lavras do Sul) que estão em andamento e nas quais serão investidos R$ 160 milhões e outras 6 previstasno PAC 2 orçadas R$ 600 milhões. Os secretários participaram do painel sobre realidade, potencialidades e política da irrigação mecânica e agricultura de precisão. O superintendente da Casa Rural-Centro do Agronegócio, José Alcindo de Souza Ávila, disse que o sucesso da 34ª etapa do Fórum Permanente do Agronegócio foi a escolha de temas que despertaram o interesse do produtor, que foram pautados pelos mesmos. ?Os 3 temas são sobre o que há de mais moderno na agricultura dentro do conceito de sustentabilidade para a atividade agrícola e devem ser trabalhados de forma consorciada?, destacou Alcindo. Segundo ele, o produtor brasileiro tem capacidade para avançar, mas precisa de política agrícola adequada e de financiamentos dirigidos. ?A médio e longo prazo, os financiamentos se pagam, mas precisa de um crédito inicial para dar a largada e segurança para fazer o investimento?, alertou José Alcindo.