O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP), medido pela Assessoria Econômica da Farsul, aponta que em 2023 houve a maior deflação nos custos de produção na série histórica do indicador. O acumulado do ano foi de -18,21%, enquanto o IPCA teve alta de 4,62% no período. Os preços recebidos pelos produtores também tiveram retração, com -9,45%, movimento inverso ao IPCA Alimentos que teve elevação de 1,03%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (25/01).
Em dezembro, os custos de produção mantiveram a tendência de queda observada desde outubro, ficando em -0,99% na comparação com o mês anterior. O resultado do IICP abaixo do IPCA traz um cenário inverso aos de 2020 e 2021, quando os itens que formam o custo de produção do produtor inflacionaram bem acima dos preços em geral.
As maiores quedas foram nos preços de fertilizantes e inseticidas. A Assessoria Econômica da Farsul. Ressalta que, apesar da baixa significativa no ano, sendo o segundo consecutivo de queda, a maioria dos insumos continuam apresentando custos reais acima dos de 2019, antes dos efeitos da pandemia e guerra entre Rússia e Ucrânia. Os principais ofensores no resultado de 2023 foram fertilizantes, herbicidas e inseticidas, além da taxa cambial.
O IIPR teve crescimento de 3,30% em dezembro na comparação com novembro de 2023. As altas mais significativas ocorreram nos preços das sacas de arroz e trigo. Mesmo com o resultado positivo, as quedas nos preços da soja, boi gordo e milho ao longo do ano pressionaram o índice em 2023, gerando deflação. O descolamento entre IIPR e IPCA Alimentos confirma que a alta dos preços na gôndola não é culpa do produtor e sim um reflexo do processo inflacionário do país.

Confira Relatório completo.