A pecuária de precisão voltou aos debates do seminário "De Onde Virão os Terneiros?", na tarde desta terça-feira (29.10), em Santa Maria, na palestra do pesquisador Naylor Perez, da Embrapa Pecuária Sul. "Para nós, da Embrapa, a agricultura ou pecuária de precisão são, muito mais do que instrumentos, uma postura gerencial que leva em conta a variabilidade de espaço, de tempo, de indivíduos, para aumentar o rendimento econômico e minimizar impacto ao ambiente", definiu. Ele lembrou que a presença do elemento animal faz da pecuária de precisão ainda mais complexa do que a agricultura de precisão. Depois de demonstrar dezenas de equipamentos e tecnologias inovadoras, de última geração, ele fez um alerta. "Temos ideia de que a agricultura e pecuária de precisão são baseadas em máquinas. Mas nada funciona sem conhecimento". E acrescentou: boas práticas precisas, com medições e monitoramentos, podem ser feitas sem uso de equipamentos complexos. Pode-se, por exemplo, monitorar o crescimento do pasto, em diferentes pontos dos potreiros, com o uso de pequenos cercados que isolam a área de medição. Práticas simples, como selecionar animais com maior resistência ao carrapato e animais adequados a cada sistema específico de produção, também podem fazer parte de um manejo preciso. O segredo é sempre levar em conta as especificidades de cada indivíduo, de cada parte do campo, para aumentar a eficiência. Para isso, o monitoramento de parâmetros é fundamental. "Mas não basta coletar e ter informações. É preciso gerenciá-las adequadamente", alerotu. Perez ainda apresentou um trabalho de renovação de pastagens degradadas em uma área com mais de 70% de capim anoni. Com uso de pastagem melhorada e Sistema Campo Limpo, foi obervado um ganho de peso cinco vezes maior no gado a partir do manejo localizado adequado.