A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, defendeu na última quarta-feira (10/11) o diálogo do setor produtivo com o governo na busca de medidas para conter os prejuízos causados pela questão cambial às exportações do agronegócio brasileiro, responsável por 42% do total das vendas externas do País. A preocupação demonstrada pela senadora durante reunião da Câmara Setorial da Soja do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília, se deve às medidas tomadas por outros países para manter a competitividade de suas moedas no mercado internacional. ?O câmbio é uma questão que tem nos preocupado muito porque está trazendo prejuízos a todos os exportadores?, afirmou. A senadora lembrou que a China é um dos países que tem adotado essas medidas, mantendo sua moeda - o Yuan - desvalorizada artificialmente com o objetivo de aumentar suas exportações para outros mercados, gerando mais receita.?Isso não pode continuar. A China, com uma poupança interna do tamanho que tem, de 40% do seu PIB, não deixará de crescer se tirar o artificialismo da sua moeda?, acrescentou. Renda do produtor A presidente da CNA também abordou outros temas no encontro com os integrantes da cadeia produtiva de soja.Um deles foi a renda do produtor rural. Revelou dados preliminares de um estudo, que está sendo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), indicando que 4,2% das mais de 5 milhões de propriedades rurais brasileiras são responsáveis por 70% do Valor Bruto da Produção (VBP). A senadora Kátia Abreu também defendeu que o produtor rural tenha um plano de negócios para orientá-lo sobre a melhor alternativa de obter renda. ?Não dá para um agricultor produzir soja em 50 hectares. A soja deve ser produzida em grande escala. O pequeno produtor, o produtor mais pobre, deve produzir comida para os ricos, para os nichos de mercado, porque a garantia de lucro é maior?, enfatizou. Meio Ambiente A senadora mostrou otimismo em relação à presidente da República eleita, Dilma Rousseff, no que diz respeito à questão ambiental. Segundo ela, as dificuldades enfrentadas pela ex-ministra em executar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) por causa da morosidade na liberação de licenças ambientais podem conscientizá-la sobre a necessidade de se buscar soluções pragmáticas. ?Ela viu os empecilhos ideológicos e ninguém melhor do que ela para entender que se precisa de uma solução pragmática para as questões ambientais, com discussões baseadas na ciência e não no radicalismo?. A presidente da CNA informou, ainda, aos membros da Câmara, que apresentará o Projeto Biomas na 16ª Conferência das Partes (COP-16), que acontece em Cancun, no México, no final deste mês. O projeto é uma parceria da CNA com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para garantir a proteção e o uso sustentável dos biomas brasileiros, conciliando produção de alimentos e preservação do meio ambiente. Assessoria de Comunicação CNA (61) 2109 1411/1419 www.canaldoprodutor.com.br
Presidente da CNA defende diálogo com governo para conter prejuízo do câmbio às exportações
Presidente da CNA defende diálogo com governo para conter prejuízo do câmbio às exportações
11/11/2010 16:00