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Produtores de arroz pedem medidas de sustentação de preços ao governo

Produtores de arroz pedem medidas de sustentação de preços ao governo


Preocupados com as sucessivas baixas do preço do arroz, representantes de toda a cadeia produtiva reuniram-se nesta terça-feira (22/6) com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, para defender medidas de sustentação dos valores pagos aos rizicultores. A principal reclamação é a de que eles estão recebendo abaixo do preço mínimo garantido pelo governo, principalmente no Rio Grande do Sul, principal produtor nacional. Desta forma, entre as reivindicações apresentadas, estão mecanismos de apoio à exportação do cereal, a aplicação dos padrões de qualidade para o arroz importado e o aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) para o produto vindo de fora do Mercosul. Para o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no órgão, Francisco Lineu Schardong, as exportações hoje consistem na principal medida para "salvar os produtores rurais", com o objetivo de obter a renda necessária para continuar na atividade."Já há mercados para o arroz brasileiro, mesmo que ainda não tenha excedente de produção neste ano. O mundo está conhecendo a qualidade do produto brasileiro e nós não queremos perder mercados já conquistados, cujo universo é de 51 países", enfatizou ele, defendendo instrumentos de apoio à comercialização, como o Prêmio de escoamento da produção (PEP). Outra ação alternativa defendida por Schardong foi a aplicação da Instrução Normativa (IN) 12, publicada em março deste ano, que definiu novos padrões de classificação da qualidade do arroz, ao produto vindo de fora do Mercosul. "Esta IN prejudicou muitos produtores aqui no Brasil ao exigir novos padrões de qualidade. Por isso, deve ser aplicada ao produto importado, se for para suprir a demanda interna", afirmou. Em relação ao aumento da TEC, a proposta foi reforçada pelo deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que participou do encontro, diante da ameaça da entrada do cereal de outros países fora do bloco sul-americano. A proposta é aumentar a TEC de 12% para 30%. Este pleito depende de análise dos ministros que integram a Câmara de Comércio Exterior (Camex). Após ouvir as reivindicações dos representantes da cadeia produtiva, o ministro da Agricultura garantiu o apoio do governo para evitar que os preços de comercialização fiquem abaixo do preço mínimo, diante do quadro exposto por representantes no encontro. Para isso, Rossi determinou aos técnicos do mapa uma análise da situação dos rizicultores para definir as medidas a serem tomadas Uma das ações que podem ser feitas, caso necessário, é a realização de leilões para a comercialização do cereal.