Farsul

Projeto Campo Futuro levanta custos de produção de grãos no RS


A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), realizou os primeiros dois painéis de levantamento de custos de produção de grãos no Rio Grande do Sul no final de maio. A iniciativa faz parte do Projeto Campo Futuro, que analisa as informações obtidas a partir da realidade produtiva apresentada pelos produtores. Desde o ano passado, os painéis são realizados em formato virtual, em razão da pandemia, obedecendo a normas de segurança sanitária.
No dia 27 de maio foram analisados os custos de soja, milho e trigo produzidos na safra 2020/2021, no município de Carazinho. Dados preliminares revelaram destaque para a recuperação da produtividade das lavouras. O levantamento apontou que, na safra 2019/2020, a região foi impactada pela falta de chuvas no verão, o que levou a baixa produtividade das lavouras de grãos, totalizando 48 sacas por hectare para a soja BT/RR e 115 sc/ha para o milho 1ª safra.
Já na safra 2020/2021, a produtividade dessas lavouras saltou para 61 sacas/ha e 155 sc/ha para a soja BT/RR e para o milho, respectivamente. "Os contratos de soja fixados com preços de R$ 90 a R$ 100 por saca, antes do plantio, reduziram o preço médio do produtor, que poderia ter sido melhor, com os resultados dos preços atuais do grão", explicou o assessor técnico da CNA, Fábio Carneiro.
Com relação ao milho 1ª safra, ele explicou que os resultados de campo poderiam ter sido melhores, mas o clima seco em outubro e início de novembro reduziu o potencial das lavouras. Já no trigo, o produtor apostou na cultura e aumentou em cerca de 20% a área plantada na região.
Em Bagé, o levantamento dos custos de produção aconteceu com produtores de Bagé no dia 28 de maio. O destaque da região nesta safra foi a recuperação da produtividade das lavouras, que vinham sofrendo com sucessivas baixas nos últimos três anos. Em 2019, a região de Bagé também sofreu com a falta de chuvas no verão, afetando a produtividade das lavouras de soja, que fecharam a safra com 20 sacas por hectare. Já na safra 2020/21, esse valor saltou para 50 sc/ha.
Durante o painel, os produtores relataram que o controle da planta daninha caruru está sendo um dos principais desafios no campo. O aumento dos preços dos insumos para a safra que será plantada em setembro deste ano também tem sido uma preocupação dos agricultores. "A alta dos custos em 2021 preocupa os produtores para a nova safra, em especial de maquinários e fertilizantes, que em alguns casos duplicaram de valor com relação ao último ano. O preço do arrendamento da terra também está mais caro", disse Fábio Carneiro.
O economista da Assessoria Econômica da Farsul, Ruy Silveira, informa que o clico de levantamento de dos custos de grãos estará finalizado no início de junho. Sendo que dia 31 de maio aconteceu a etapa de Tupanciretã (soja e trigo), dia 1 de junho Camaquã (arroz e soja), e 3 de junho Cruz Alta (soja e milho sequeiro e irrigado e trigo), e Uruguaiana (arroz) em 14 de junho.
Durante os meses de junho e julho acontecem os levantamentos de pecuária. As de leite acontecem em Pelotas, a única com data já agendada (25 de junho), Palmeira das Missões e Três de maio. Pecuária de corte serão em Lavras do Sul, Santa Maria e Alegrete. A coleta de dados da pecuária acontece a cada três anos. Neste ano também está prevista a retomada do levantamento de fruticultura, com culturas e praças ainda a serem definidas. O último levantamento de fruticultura havia acontecido em 2017.