Sindicatos podem ir a Brasília protestar contra índices

Se necessário, produtores rurais gaúchos irão "de mala e cuia" a Brasília - nas palavras do presidente da Farsul, Carlos Sperotto - manifestar repúdio à proposta do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) de reajuste dos índices de produção agropecuária. O dirigente demonstrou apoio à garantia dada hoje, na Expointer, pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, de que não assinará neste momento qualquer portaria estabelecendo alteração dos patamares atuais exigidos. "Não existe no mundo um setor ao qual é imposto cumprir metas de produção estabelecidas pelo governo. Isso é ditatorial. Na avicultura, por exemplo, as indústrias reduziram em 20% a produção no começo do ano por causa da crise, sem nenhum tipo de cobrança", lembrou Sperotto. Stephanes ainda garantiu que não há nenhum acordo firmado do seu ministério com o MDA no sentido de assinar a portaria de revisão dos índices: "Não é em um momento de crise que se deve criar mais uma instabilidade no campo, uma vez que já temos a instabilidade da legislação ambiental mal feita". Para o ministro, os atuais parâmetros utilizados para medir índices são equivocados. "A única variável considerada é o uso que se faz da terra, e não todos os demais fatores que deveriam ser levados em conta em um projeto desses, incluindo mercado e renda", disse Stephanes. A mobilização de produtores e sindicatos rurais para apoiar a posição de Stephanes e condenar os índices foi defendida em assembléia do Conselho de Representantes da Federação, na Expointer, na qual presidentes de sindicatos rurais repudiaram não somente a revisão dos padrões atuais quanto a própria imposição de índices.