Onze anos após a liberação do uso de variedades geneticamente modificadas na agricultura brasileira, um dos maiores entraves para o desenvolvimento das tecnologias está no Exterior. O problema é que importadores, como a China, só adquirem produtos cuja tecnologia foi aprovada em seus territórios. O tema foi debatido no seminário De Onde Virão os Alimentos: O Desafio do Futuro, nesta quinta-feira (18.06), em Gramado (RS). ?Hoje, o agricultor brasileiro tem acesso a uma gama diversificada de produtos com biotecnologia. Temos um sistema moderno, funcionando bem, mas não adianta isso se não tivermos eventos aprovados na China?, explicou o presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), José Américo Rodrigues. Segundo ele, a Abrasem mantém contato com técnicos e autoridades chinesas para debater o assunto. ?Temos discutido para que marco regulatório chinês seja mais previsível?, relatou, no evento realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS). Ele também informou que a Abrasem negocia com o governo federal novo marco regulatório para a indústria de sementes no Brasil.
O país atualmente tem 42,2 milhões de hectares plantados com transgênicos. A área de soja modificada chega a 93% do total, e a do milho, a 82%. Existem 39 eventos de modificações genéticas em plantas aprovados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), em soja (cinco eventos), milho (21) algodão (12) e feijão (um).
O último painelista do seminário foi o presidente executivo da Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho) e ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli. Ele fez um resgate histórico da agricultura brasileira. ?A soja que se plantava na década de 70 era aquela que nasceu e se desenvolveu em clima temperado?, lembrou. Foi a tecnologia que permitiu desenvolvimento de uma agricultura e de produtos voltados para o clima tropical, resultando na explosão da produção nacional. ?O brasileiro transformou a mais degradada área que se conhecia, o Cerrado, em competitiva e produtiva?, afirmou.
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