No primeiro dia de viagem de estudos sobre sanidade animal e rastreabilidade no Uruguai, a comitiva composta por integrantes da comissão de bovinocultura de corte da Farsul, Sebrae, produtores rurais, técnicos do Governo do Estado e jornalistas visitou a Estância Los Alamos, na cidade de Aceguá, fronteira com o RS, na parte da manhã, e tarde visitou o Frigorífico Pul, na cidade de Melo, a 60 km de Bagé. A viagem promovida pelo Sistema Farsul e Sebrae, através do programa Juntos Para Competir, que vai até 20/09 tem como objetivo observar de que forma o país vizinho trata essas duas questões e como as utiliza para conquistar o mercado externo. Na Estância Los Alamos, pertencente ao grupo Ana Paula, a comitiva conheceu a propriedade, estrutura de rebanho, índices de produtividade, monitoramento de custos e planejamento plurianual. De acordo com o administrador da estância, Fernando Severo, o foco da propriedade é o melhoramento genético de terneiros da raça angus. Todos os terneiros são rastreados com chips e brincos, pagos pelo governo, uma vez que a rastreabilidade é obrigatória ao contrário do Brasil que é opcional. Nos 100 mil hectares existem 80 mil cabeças de gado e mais 10 mil em confinamento. A Los Alamos utiliza o confinamento na pecuária intensiva, com o uso principalmente de milho irrigado, que se transforma em ração para os animais. No Frigorífico Pul, em Melo, departamento de Cerro Largo, são abatidos 1150 animais por dia (25 mil por mês). Atualmente, o Pul tem 1853 produtores fornecedores. Durante a vista, temas como rastreabilidade e sanidade foram debatidos. Segundo o presidente do Pul, Miguel de Souza Gularte, o rebanho uruguaio é de 12 milhões de cabeças, com 2,6 milhões de animais abatidos por ano. Já no RS, o abate anual é de 1,5 milhões do rebanho total de 13 milhões. A diferença no número de abates está, conforme Miguel, nos mercados que o Uruguai conquistou por meio da obrigatoriedade do rastreamento e vacinação contra aftosa. Hoje o Pul exporta para 42 países e está habilitado para vender para 142 importadores. Atualmente, o principal mercado é a União Européia, que corresponde a 35% das exportações de carne bovina in natura. O coordenador da Comissão de Bovinocultura de Corte da Farsul, Carlos Simm, entende que o modelo de rastreabilidade adotado no Uruguai é o ideal, porque abrange o total do rebanho bovino. Nesta terça-feira (16/09), a comitiva visita a Estância da Gloria, no Departamento de Treinta y Três, a tarde a Associação de Confinadores - AUPICIN.