Encontro da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários e Indígenas da CNA reuniu lideranças e parlamentares de diferentes estados nessa sexta-feira, 05/09, na Casa da Farsul, no parque Assis Brasil, em Esteio. O tema central das discussões foi o Decreto 6514 que institui áreas de Reserva Indígena no país. Segundo os participantes, o decreto ameaça o direito de propriedade. A Farsul apresentou documento apontando 9,8 bilhões de reais de perdas no PIB gaúcho se houver implantação do decreto que exige 20% de Reserva Legal no RS. O prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Junqueira, que teve sua propriedade produtora de arroz desapropriada pelo decreto, disse que os produtores rurais brasileiros devem se mobilizar e reagir contra a medida do governo federal que quer acabar com a Constituição. O deputado Márcio Junqueira (DEM-RR) fez um desabafo afirmando que o produtor brasileiro é omisso, incompetente e acomodado, deixando o governo fazer o que quer com a atividade rural. "O presidente Lula foi eleito pelos produtores que produzem alimentos para alimentar o povo e manter o Bolsa Família, que não passa de comida na forma de um cartão de plásticopor isso têm direito de cobrar", afirmou o deputado. O presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Onix Lorenzoni (DEM-RS), garantiu que as discussões para revisão do decreto estão bem encaminhadas, uma vez que foi criado grupo de trabalho formado pelos Ministérios da Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário. Onix classificou o decreto como uma insanidade que pode acabar com a produção em muitas áreas no país. O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, propôs uma mobilização nacional com participação dos segmentos representativos das indústrias, serviços e comércio, para lutar contra o decreto, já que todos serão prejudicados porque a agropecuária é a base da economia nacional. O coordenador da Comissão de Assuntos Fundiários da Farsul, Gedeão Pereira, disse que a CNA estima que o decreto extinguirá 15% da área plantada no país, o equivalente a 34 milhões d hectares, determinando o fim da metade das lavouras de café, uva e cana-de-açúcar. Ficou decidido no encontro que será feita sensibilização em todas as federações de agricultura do país contra o decreto para realização de movimento nacional, que pode ser realizado após as eleições municipais.