O Rio Grande do Sul tem grande potencial para aumentar a participação brasileira nas exportações do agronegócio. Essa foi uma das conclusões do23º Seminário do Agronegócio para Exportação (AgroEx)e 22ª Etapa do Fórum Permanentedo Agronegócio, que aconteceu nessa terça-feira (26.05), no auditório da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), em Porto Alegre/RS. O evento apresentou a produtores e representantes do agronegócio gaúcho os desafios e as oportunidades para aumentar e diversificar as vendas de produtos agropecuários no mercado externo. O vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, em seu discurso na abertura do Agroex, ressaltou o crescimento do agronegócio brasileiro nas últimas duas décadas e disse que o Brasil está presente nas mesas de todo mundo. Segundo ele, "o consumo mundial de alimentos apresenta crescimento constante e o Brasil só é competitivo no cenário internacional, devido ao agronegócio, o maior responsável pelo lastro da nossa economia". Para o vice-presidente é necessário qualificar cada vez mais o produto a ser exportado, já que "o Brasil é um dos poucos países no mundo que pode tanto crescer em produção como em área plantada", conclui Gedeão. O Rio Grande do Sul ocupou o segundo lugar das exportações brasileiras do agronegócio em 2008, com US$ 10,6 bilhões.Segundo o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, uma das vantagens do estado é ter a pauta descentralizada. "Exemplos disso são o complexo soja, que representa 28% das vendas do estado para o mercado internacional. O fumo é muito importante, com 19%, e as carnes também são destaque, com 13% de participação em aves", detalhou. Uma das formas de subir no ranking das exportações é a integração contratual, tema da palestra do coordenador-geral de Acompanhamento do Departamento de Cooperativismo e Associativismo Rural (Denacoop/Mapa), Eduardo Mazzoleni. "Hoje, a intercooperação não é mais uma questão potencial, mas uma realidade Brasil", afirmou. O coordenador mostrou que, apesar de incipientes, com 2% de participação no último ano, os consórcios são uma perspectiva palpável e o Ministério da Agricultura está preparado para fornecer o suporte necessário para cooperativas, produtores e empresas que desejam começar esse empreendimento. Ao final do painel Estratégias do Agronegócio para Exportação, os participantes conheceram as principais exigências sanitárias e fitossanitárias do mercado internacional e a atuação do governo brasileiro em organismos de referência. O diretor do Departamento de Negociações Sanitárias e Fitossanitárias (DNSF/Mapa), Guilherme Costa, apresentou aos participantes do AgroEx algumas das barreiras sanitárias impostas por países importadores e os mecanismos de vencê-las em fóruns multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC). "É preciso ter paciência e persistência na negociação com determinados mercados e o Brasil tem atuado ativamente nesses fóruns", ressaltou Costa. O painel Ferramentas para Exportar Produtos do Agronegócio indicou as linhas de financiamento para quem quer colocar seu produto no mercado internacional e o passo-a-passo para exportação. Logo após, foram apresentados casos de sucesso nas exportações. Osuperintendente da Casa Rural, José Alcindo de Souza Ávila, falou sobrea organização da Cadeia de Produtor paraexportação direta e o presidente da Grano Alimentos, Edi Deitos sobrea exportação de vegetais congelados. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, encerrou o seminário ressaltando a importância da iniciativa do Ministério da Agricultura em debater com os produtoresalternativaspara desenvolvimento de novos mercados para o setor. O 23º Seminário do Agronegócio para Exportação (AgroEx)e 22ª Etapa do Fórum Permanentedo Agronegócioforam promovidos pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ( MAPA), com apoio do Sistema Farsul ( Farsul, Senar e Casa Rural),Irga,Fearroz, Federarroz, Sindarroz e Fecoagro.