Farsul

Farsul não aceita medidas de contenção de saída de gado vivo do Estado

Farsul não aceita medidas de contenção de saída de gado vivo do Estado




Em coletiva realizada na sede do Sistema Farsul na tarde desta quarta-feira (22.10), o presidente do Sistema, Carlos Sperotto, afirmou que a Federação não vai aceitar discutir medidas de restrição à saída de gado vivo do Rio Grande do Sul. "Daremos todo nosso apoio para que a Marfrig mantenha suas três plantas no Estado, mas nos negamos a tratar de limitações de oportunidades comerciais. Não podemos desestabilizar negócios que estão organizados", afirmou Sperotto. O presidente ressaltou ainda que a questão da Marfrig em Alegrete não deve se estender para o frigorífico em nível estadual. A coletiva foi solicitada devido a informações de mercado que, entre a lista de exigências para a manutenção da planta de Alegrete, estaria a restrição à saída de gado vivo do Estado. Em nota oficial, a empresa informou que vai paralisar as operações na fábrica por tempo indeterminado por "questões mercadológicas". Em dados atualizados até setembro, o RS destinou 34.762 animais para confinamento em São Paulo e outros 687 exemplares para reprodução. Nos embarques de navio, o número caiu de 36 mil cabeças em 2012 para 8.673 em 2014 (até o final de setembro). Em um rebanho de cerca de 14 milhões de cabeças, 53,1% dos animais abatidos no Estado são para frigoríficos locais. "Os animais estão saindo do RS de maneira transparente para encerrar um ciclo de produção que busca atender a demanda dos mercados mais exigentes dos grandes centros consumidores. O produtor está organizado, usa tecnologia e direciona seu produto para atender os programas de diferenciação existentes no mercado", explicou Sperotto. O presidente da Federação destacou ainda que o Estado possui uma oferta diferenciada e que não há falta de produto no mercado, mas que é preciso que se esteja disposto a pagar por esta qualidade. "Se mais da metade dos abates está vinculado à indústria gaúcha temos um ganho significativo, mas também somos parceiros para desenvolver programas para incrementar esta indústria e auxiliar nossos frigoríficos", ponderou o presidente. Sperotto afirmou ainda que os argumentos da realidade são plenamente satisfatórios e que a Federação continuará empenhada ao máximo para manter a planta de Alegrete e destacou que esta, além de credenciada para vendas para a China, é a única credenciada para exportar para a Rússia.